Review do razr d1 parte 3

Olá pessoal,

acho que tem bastante gente esperando essa terceira parte do review.
Demorou mais chegou.

Continuando nossa série de posts sobre o razr d1, vem a terceira parte do review analisando os aspectos de acessibilidade.

Neste post vamos falar um pouco sobre os programas que já vem instalados nele, o que é acessível e o que não é.

Para ler a primeira parte do review.

e a
segunda parte do review.

Depois das dificuldades iniciais de configuração, conforme abordadas nos artigos anteriores deste review, nota-se que o celular é bem acessível no todo. Neste aspecto, pontos positivos para o aplicativo telefone, que é bem intuitivo, prático e acessível. A agenda é perfeitamente integrada ao aplicativo telefone, e dele podemos enviar mensagens, adicionar e editar contatos, e, obviamente, fazer ligações.

O programa é dividido em três guias que ficam posicionadas no topo da tela. Dois toques para ativar cada uma e a tela terá as informações de ligações feitas, perdidas, recebidas, e que podem ser separadas por chipe e por esses mesmos critérios, se foi ligação feita, perdida ou recebida. Ao receber chamadas, temos a identificação na tela na parte de cima, o que elimina a necessidade de se ter um programa somente para isso ou mesmo ativar essa função no Talkback. Até por quê, se fizer isso o telefone não toca. O atendimento também é acessível, bem como é possível recusar ou enviar uma mensagem dizendo, por exemplo, que não pode atender ou que você está em reunião ou alguma outra mensagem que queira enviar.

O aplicativo mensagens, embora não seja tão intuitivo para um cego, também é acessível e nos permite fazer o que se precisa fazer para enviar e ler mensagens. Seguindo a filosofia do Android, as mensagens são agrupadas por remetente, e o Talkback diz quantas mensagens existem em cada conversa, ou seja, em cada agrupamento por remetente. E, abrindo-se a mensagem, temos o campo de editar uma mensagem abaixo das mensagens já escritas, o que passa a impressão de um bate-papo. Na parte de baixo da tela, do lado direito, temos o botão mais opções, que nos da acesso às configurações e também nos permite apagar tudo sem selecionar nada. Na mesma posição do lado esquerdo, um pouco puxado para o centro da tela, temos o botão de nova mensagem.

A seleção de toques para cada chipe também é acessível, embora talvez não seja tão prática. Quando se escolhe um toque para qualquer tarefa no celular, nos aparece uma janela para indicar se queremos usar os toques pré-definidos do telefone ou nossos arquivos de áudio, o que inclui, é claro, as músicas. Isto é indicado pela etiqueta “reprodutor de música”. Se abrirmos esta opção, todos os nossos arquivos são mostrados, o que significa que, se tivermos uma lista muito grande de arquivos de áudio, vamos ter que ir rolando a tela para encontrar o que queremos. No meio da tela existem os nomes das faixas e nos lados da tela temos os botões com as ações possíveis, incluindo a de ok, que é onde temos que ir quando selecionamos o toque e queremos usar aquele toque.

Existe uma tela que não se pode alterar, e que tem as principais configurações rápidas do aparelho, como ativar/desativar bluetooth, 3g, wifi e a seleção dos toques. São ao todo nove itens, que não cabem na tela então tem que rolar pra cima pra visualizar os demais itens.

Por padrão, o aparelho vem com duas telas iniciais, mas você pode personalizar isso com os gestos apropriados, descrito em outros posts aqui do blog. O aplicativo configurar também é acessível em todas as configurações que testei, e foram várias, incluindo 3g, acessibilidade, som e outras mais.

Como nem tudo são flores, dois aplicativos se destacam por não serem exatamente acessíveis. Um deles é a tv. O nosso colega Jean Peterson descobriu um jeito de navegar na tv razoavelmente bem, pelo menos a possibilidade de trocar de canal. Precisamos, assim que a tv se abre, fazer o gesto de esquerda para direita rapidamente algumas vezes até ouvir o número do canal. Na próxima vez que fizer isso, o Talkback não diz nada, mas dando quatro toques a tv troca de canal. Ela vai alternar entre os canais já salvos. Por enquanto foi o máximo que conseguimos com a tv, o que já é alguma coisa.

Outro aplicativo não muito acessível é a câmera. embora, de início, ela pareça ser bem acessível, você tem que tentar algumas vezes para conseguir clicar no obturador para tirar a foto, e dá um certo trabalho alternar entre os modos da câmera, que são foto, vídeo e panorâmica. Não é inacessível de todo, mas o Talkback fica um pouco pesado, o que torna as coisas um pouco difíceis. Especialmente depois de tirar a foto você precisa ter bastante paciência para navegar na tela e fazer o que tem que ser feito, o que inclui salvar a foto, que não é feito automaticamente, ou pelo menos eu não consegui aqui.

Ainda no assunto multimídia, temos o player de música, que é quase todo acessível. Permite usar listas de reprodução ou tocar por cds, ou tocar tudo direto. Dá pra tocar aleatoriamente e também alterar os parâmetros de equalização, embora este último é um pouco chato de fazer. E olha que sei trabalhar com sistema sonoro. Mas dá pra fazer e fica bem legal.

O telefone ainda tem os aplicativos filmes e livros do Google, que tem interface parecida com o music. todos eles permitem comprar na play story ou utilizar seus itens armazenados nos serviços do Google, como o gdrive..

O programa de e-mail não é uma maravilha de acessibilidade mas também pode ser bem usado, embora o pessoal prefira o Aquamail ou o K9-mail.
Além disso, no assunto internet, temos o Chrome, como era de se supor. A acessibilidade não é das melhores também, mas é possível a navegação através dos gestos. Eu aqui preferi o FireFox, porque, além dos gestos, eu posso navegar diretamente na tela, além de parecer mais leve.

O relógio do aparelho também é acessível e permite incluir textos que aparecem na tela para te lembrar algum compromisso, na função despertador, e pode ter quantos despertadores quiser. Só não coloque nada muito alto ou então o Talkback não vai ser ouvido, e sem ele você não acha o botão desligar alarme.

Conclusão: O razr d1, no fim das contas, é uma boa pedida. Dá trabalho pra começar a usar, mas as vantagens compensam os contratempos. Não custa muito caro, tem suporte a dois chipes em algumas versões e a tv não é de todo inacessível. A duração da bateria é bem razoável.
Aqui costumo carregar a cada dois dias ou, as vezes, uma vez por dia, quando uso muito a tv, faço muitas ligações e com o 3g ligado 24 horas por dia. Se não fosse 9 e 90 nem pensar em fazer isso, mas já que é então nós aproveitamos. talvez o único a fazer frente atualmente em todos os critérios é o Young da Samsung, que tem o contratempo de vir com a parafernália Samsung, que tem coisas boas, inclusive no quesito acessibilidade, e outras não tão boas assim. Mesmo assim, considero o razr d1 uma excelente opção em todos os aspectos. Com certeza, ele pode estar no topo da sua lista quando for trocar seu aparelho.

Escrito por Raphael Gomes

Review do razr d1 parte 2

Bom pessoal,

conforme prometido segue a segunda parte do review sobre o Motorola razr
d1. Segunda parte de um total de 3 talvez. não sei ainda, mas devem ser 3, se
der para abranger o que precisa ser abrangido. Então vamos lá!

Começando a usar o aparelho

Agora que já descrevemos fisicamente o aparelho, vamos explorar um pouco do
que existe nele.

Os recursos de acessibilidade não estão completos de início, de modo que
é necessário a instalação do
Talkback
e de uma voz para que se consiga fazer
uso do mesmo. Instalei a voz
Espeak TTS.
Para fazer estas instalações precisei de ajuda de um olho amigo, para acessar a Play Store, baixá-los e instalar. De fato, o início no razr d1 não é nada promissor. O Aparelho só mostra a sua potencialidade com o uso.

Um ponto interessante aqui, é que ao instalar o Espeak e executá-lo
através do ícone que aparece na tela inicial é possível além de concluir a
instalação, definir o Espeak como sendo a voz padrão, sem a necessidade de ir
nos menus de configuração do aparelho. A propósito, até esse ponto, não é
necessário ir nos menus de configuração se sua internet for wifi ou 3g,
exceto em algumas circunstâncias em que a conexão não pode ser iniciada automaticamente. é possível ter algumas indicações disso. Por exemplo, não
conseguir logar na Play Store.

Outro ponto a ser destacado, é que apenas o chip 1 tem suporte para o 3g. O chip 2 não tem esse suporte,
o que significa que a velocidade cai drasticamente.

Instalado o Espeak e o Talkback é hora de ativar o leitor.

Devemos ir nas configurações. (Para isso, um caminho mais simples é
usar o ícone “configurações do sistema” na barra de notificações).

Então rolamos a tela até acessibilidade. Se tudo correr bem o Talkback
estará na lista e é o primeiro item. Quando ativamos o Talkback, o telefone
pergunta se queremos ativar a exploração por toque, o que devemos fazer. A
partir de agora você pode dar tchau pro cara impaciente que tá te ajudando
se quiser, porque o sistema estará falando.

Para continuar a suprir as faltas do aparelho, agora você precisa
instalar um gerenciador de arquivos. Existem vários na Play Store, mas os mais usados
são o
ES File Explorer File Manager
e o
Linda File Manager.
Eu achei um chamado file manager es. Ele funciona bem mas não completei os testes dele, portanto
fica pra próxima parte do review, onde devo falar sobre os programas que já
vem no aparelho.

Quando receber o razr d1, haverá algumas atualizações para serem feitas na
Play Store, (recomendo que façam).

As configurações do aparelho não são difíceis de fazer, mas a página é
grande e necessita a rolagem. Poderá fazer isso recorrendo ao gesto
correspondente que aparece no post sobre os gestos. O aplicativo telefone
fica disponível na primeira tela inicial, de um total de duas.
Na segunda tela ficam as mensagens. A resposta dos aplicativos foram
satisfatórios. O sistema funciona bem, mesmo com o Talkback e Espeak
ativos e a exploração de tela ativada.

U último APP que você vai querer instalar é o
Jelly Bean Keyboard.
Ele é um teclado que facilita a digitação.

Na próxima parte do review, agora que os programas necessários estão instalados, vamos navegar um pouco nos seus aplicativos nativos.

    Será que a câmera é acessível?
    Como tocar suas músicas preferidas?
    E a TV? como usar, se é que dá para usar?

Aguardem!

Escrito por Raphael Gomes

Review do razr d1 parte 1

A alguns meses apareceu no mercado a linha Razr d1 e d3 da Motorola. Com preços
relativamente baixos e uma boa quantidade de funções, aliada a um
hardware relativamente robusto, fizeram dessa linha de aparelhos um
sucesso de vendas, a tal ponto que as lojas simplesmente não conseguem
manter esse aparelho em estoque. Embora ainda não haja números
divulgados, com certeza esse aparelho vai vender algumas dezenas de
milhares por aí. A propósito, a linha razr não é nova. O razr v.x estão
entre os mais vendidos da fabricante americana comprada pela Google.
Por causa da versão do android instalada nesse aparelho, o gadjet
atraiu a atenção dos cegos, pois a versão 4.1 do android incorpora os
mais recentes avanços em acessibilidade na plataforma. Então resolvi
escrever esse review mostrando algumas particularidades do razr d1 em
especial, que é o aparelho que eu tenho aqui em mãos para testar,
focando nos aspectos de interesse para os deficientes visuais.

para começar, vamos descrever o aparelho. Além da tela touch, temos dois botões do lado direito do
aparelho, que são o botão de volume (mais cumprido) e o botão de
liga/desliga, que pode ser configurado para desligar chamadas. O
conector do fone de ouvido, que utiliza uma entrada de 3,5 mm, conhecida
como p-2, fica na parte de cima. Na versão com tv, além do fone de
ouvido, vem algo que parece uma pequena extensão, e pode funcionar como
tal, para o fone de ouvido. Mas na verdade a principal função deste
acessório é servir como antena para a tv. O conector de força para
carregar a bateria fica do lado esquerdo, e é relativamente pequeno.
Pelo tato não é muito simples de achar num primeiro momento, mas ele
fica próximo ao meio do aparelho, se formos de baixo pra cima.

A tampa do aparelho é aberta pela parte de baixo, e a bateria é
retirada pelo lado de cima. Em baixo da bateria estão os compartimentos
para chip 1 e chip 2, nas versões com dois chips, bem como o
compartimento de cartão de memória. Não é difícil descobrir a forma de
encaixe do cartão de memória. O chip 1 fica logo ao lado da entrada de
cartão. O chip 2 fica mais afastado. O chip se encaixa em algo que se
parece um pequeno túneo. Para retirar, precisa empurrar o chip em
direção à entrada, por onde colocamos o chip. Isso é feito
empurrando-se ele pela outra extremidade do “túneo”. Para se orientar no
aparelho, pode-se atentar para uma diferença na parte frontal entre o
topo e a parte de baixo da tela. Na parte de baixo, após o termino da
tela, o aparelho tem uma lijeira curvatura. Na parte de cima essa
curvatura não existe. A câmera fica no alto e atrás, como aliás é em
praticamente todos os smartphones.

Como sabemos, o d1 é um aparelho totalmente touch screen, o que, em
princípio representaria uma dificuldade para cegos. E para complicar um
pouco mais, existem três teclas touch que não fazem parte do android,
que ficam na parte de baixo da tela. Pela ordem, da esquerda para a
direita, são os botões voltar, início e opções. A boa notícia é que
eles são relativamente cumpridos, o que facilita na hora de encontrar.
mas essa particularidade atrapalha bastante o uso em algumas situações,
porque sem querer você pode esbarrar nos tais botões e ver a tela
mudando. Por outro lado, eles não são difíceis de encontrar, o que
facilita quando precisamos usar eles. Não é preciso usar a parte de
baixo da tela como referência, e cada vez que se pressiona um desses
botões o aparelho vibra indicando que esses botões foram pressionados.

Um outro ponto que prejudica o contato inicial do usuário cego com o
aparelho é o fato de que o leitor de telas talkback não vem incluso,
apenas o serviço de ampliação de letras, que facilita um pouco
para quem tem baixa visão.

Problemas de acessibilidade contornados, o aparelho começa a mostrar
a que veio. Mesmo com o uso do leitor de telas e de uma voz para a
síntese de fala, o aparelho não fica de forma alguma pesado. A navegação
é bem fluída em praticamente qualquer parte do sistema. Os
(gestos ) que estão presentes no
android 4.1 funcionam bem em todas as telas. E com a promessa de
atualização para o android 4.2, tudo indica que teremos melhoras no uso
do aparelho.

Na próxima parte do review vamos começar a analisar os aplicativos, o
que falta e o que já está por lá, e, especialmente, o que é acessível e
o que não é. Aguardem!

Escrito por Raphael Gomes